quarta-feira, agosto 30, 2006

De Satyros todo mundo tem um pouco.

Outro dia, estudando e pesquisando os mitos, particularmente os gregos, cheguei aos rituais. Aqueles que eram feitos para a purificação da alma.
Abre parêntese: (Na mitologia, cada deus grego era criado para que pudéssemos entender o universo, seus fenômenos e… nós, seres humanos. “Estude os mitos e entenda a si mesmo”, já diria Joseph Campbell). Fecha parêntese.
Voltamos ao ritualístico… Chego ao teatro grego de Sófocles, Eurípedes e outros tantos. Um teatro que recriava as histórias mitológicas, dava vida e voz aos deuses, heróis e semi-deuses, transformando cada Dionisíaca num ato religioso, ligado ao sagrado.
Uma prova simples dessa devoção e respeito? Assistir aos espetáculos de branco era obrigatório.
Hoje, perdemos o rito. Exaltamos a busca da purificação, da transcendência, da unificação a tudo e todos através das sensações.
E, talvez por isso, Sade me venha à mente.
Além do Marquês ter me feito perder noites de sono envolta com seus escritos, penso que ele, mais que todos os escritores / poetas, etc que eu conheço, soube enaltecer os prazeres da carne de forma ritualística. O que vale é o momento. Ele pode te levar ao todo.
Como eu pretendo me integrar com o Universo, não vejo mal algum em reservar uma madrugada de sábado para me embriagar com as amigas lá na praça Roosevelt, vendo o meu Marquês encenado por Satyros libertinos sodomitas.

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