quarta-feira, dezembro 27, 2006

Sobre o medo e a coragem.

Sabe aquelas horas em que a perna bambeia, o coração dispara, a boca fica seca e o medo quase toma conta do corpo e da alma?
Dá tremedeira, dor no estômago e vontade de fazer xixi na calça.
Mas aí, olhando bem no olho do problema instaurado, percebo que o que me causa pânico não é tão grande quanto imagino.
Tomo coragem e, em 33 anos de existência, destruo a terceira barata da minha vida com meus próprios pés.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Uma frase que diz muito

"Liberdade pra mim é pouco, o que eu quero ainda não tem nome..." (Clarice Lispector)

terça-feira, novembro 07, 2006

“Mangueira teu cenário é uma beleza”…

Que música eletrônica que nada. O baticum sem subterfúgios alucinógenos que faz o corpo tremer, é o samba!
Da cadência mantida pela bateria nota 10, às baianas e “senhorzinhos-de-calça-branca-que-não-perdem-o-passo, o batuque corre solto na veia. Parece que já nascemos com ele.
É quando o “barracão de zinco”, construído ao pé do morro da Mangueira, transforma-se num Palácio, onde reverenciamos e cortejamos o samba.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Lá na Mangueira...

... é fácil entender porque sambamos com as mãos pra cima!

segunda-feira, outubro 30, 2006

Um gostinho da infância

Existem coisas que sempre me lembram Assis. O calor é uma delas. Aquele céu azul infinito. O ar emudecido. O silêncio em 40 graus.
A leseira do meio-dia. Lá é difícil sair de casa nesse horário. Chega a dar vertigem. A derreter.
Mas é um calor que tá no sangue, que a gente já nasce com ele. Um calor que esquenta a alma.
E essa quenturinha traz uma fruta que eu adoro: o jambo.
Comi um saco inteiro sentada na porta da cozinha, lá na casa do meu tio. Tinha esquecido do gostinho perfumado que ele deixa na boca.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Das frases que eu queria ter escrito ou sobre o vazio!

" The aimless waves sway beneath the empty sky". (Virginia Woolf)

quinta-feira, outubro 26, 2006

Essa letras não são minhas, não... mas poderiam ser

..."Se engana quem pensa que o coração não sente
Se não visto pelos que a terra há de comer.
A dor em meu peito é da faca que não vi.

E então, de repente, não mais que de repente
De tanto pensar não querer, sentir, sofrer,
Chego a sentir que amo, que gosto de ti."

Cada uma...

Primeiro, a Bruna Surfistinha e agora uma descoberta INCRÍVEL: como abençoar uma vassoura.
Perfeito para visitas indesejáveis.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Vou adaptar uma frase do Drummond

O Rio é aquele lugar que tem cheiro de cafuné sem pressa.

Vai entender...

O que leva uma pessoa a ficar, meia hora, escutando a entrevista da Bruna Surfistinha no Pânico?
Sabe-se lá porque eu fiquei...

sexta-feira, outubro 20, 2006

Uma francesinha

Ela é uma espécie de Bjork francesa. Seu nome é Camille.
Já faz um tempão que suas músicas não saem do meu I-tunes, nem da minha mente.
Então, divido uma de suas letras que fala sobre se entregar ao fazer as coisas.
Eu me entreguei.

Quand je marche

Quand je marche je marche
Quand je dors je dors
Quand je chante je chante
Je m'abandonne...
Quand je marche, je marche droit
Quand je chante, je chante nue
Et quand j'aime, je n'aime que toi
Quand j'y pense
Je ne dors Plus

Je suis ici
Je suis dedans
Je suis debout
Je ne me moquerais plus de tout

Entends tu (m'as tu dit)
(Le chant du monde) à l'heure de pluie
Quand l'aube se lève je la suis
Et quand la nuit tombe
Je tombe aussi

quinta-feira, outubro 19, 2006

Eu tenho medo...

... de quem tem mania de ter certeza de tudo!

Dificuldade de comunicação ou O Condicionamento

Toda vez é a mesma coisa: tomar uma coca-light apenas com gelo é impossível, pois o garçom teima em trazer limão no pacote.
Já com a Ana é diferente… ela pede um café com leite beeeem clarinho e eu completo: “mais leite que café”. Não adianta nada. O máximo da vaca que aparece é uma espuminha safada. Espuma é espuma. Leite é leite.
E a salsinha? Nada contra. Mas quem disse que colocar a verdinha em cima dos pratos vai deixar a comida mais bonita?
É isso. Quinta cinzenta me deixa questionadora.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Ele é…

…O OrangoTOM. O gordinho que bate palma com os pés e com as mãos.
Aqui no coração, é meu afilhado também! Mas isso a Pat nem pode sonhar…
E a explicação pra todo esse amor, tá aí na foto! É só aproveitar.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Não posso acreditar…

No amor que é confundido com costume, necessidade ou vício de estar com o objeto “Amado”!

Ando poética esses dias...

..."De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instala
para morrer no coração".
Rainer Maria Rilke

Uma francesa vinda até mim por uma amada brasileiríssima!

“O ímpeto de crescer e viver intensamente foi tão forte em mim que não consegui resistir a ele. Enfrentei meus sentimentos. A vida não é racional; é louca e cheia de mágoa. Mas não quero viver comigo mesma. Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal. Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos, beber um Benedictine ardente. Quero conhecer pessoas perversas, ser íntimas delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela. Eu estava esperando. Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro. Todo o resto foi uma preparação. A verdade é que sou inconstante, com estímulos sensuais em muitas direções. Fiquei docemente adormecida por alguns séculos, e entrei em erupção sem avisar."
Anais Nïn

terça-feira, outubro 10, 2006

Eu precisava ter lido isso hoje...

"E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a
você".
(Walt Whitman)
Obrigada por isso, Fu!

segunda-feira, outubro 09, 2006

Falando de Amor e Paixão… De loucura e desespero.

“Alguém avise Eló que eu o amo, pois quando eu estou com ele, eu esqueço de dizer.”
“Esse foi o dia que eu virei paisagem, enquanto Eló mordia meu pescoço”.
“É impossível amar Eló por mais de três horas seguidas. Perde-se o fôlego”.
“Cleide tem aquele olhar de umbigo: Redondo e fundo… desses que quando a gente vê já tá dentro”...
...Pois essas foram algumas das passagens (muito bem interpretadas por Gero Camilo e Paula Cohen) que derreteram meu coração no espetáculo “Cleide, Eló e as Pêras”.
No universo peça, a razão não tem muito espaço. Quem manda é o coração, para o bem e para o mal, num texto brilhante, divertido e doído como uma boa paixão.
Encantador…
Por isso, quem ama, já amou, pretende amar um dia na vida ou está febril de paixão, não perca.
No mais, o nome é divertidíssimo, não é?

Ela é assim… Meu mais sincero sorriso!

Ela me chama de Téti e tem um olhar tão penetrante que nem parece ter 1 ano e 2 meses.
Bate palma quando gosta de uma comida e grita Má, Má, Má pra qulaquer coisa que queira muito!
Adora o Barney e ouve Marisa Monte desde que estava na barriga da mãe: A Ana, minha cumadi. A Mama.
E chama a Gica de Ieiê e o Che de Tê!
Faz charme e quando você pede um beijo, ou ela beija a mãe ou o que tiver na mão.
Usa roupas coloridas e brejeiras e é tão compenetrada que sou capaz de contar minha vida toda pra ela e ter certeza de que ela está entendendo tudo.
Observadora. Decidida. Destemida. Busca o mundo a todo momento.
Ela é a Lolô. A Lola. Lorena: A minha Pirulita. Afilhada do coração. Amiga. E meu mais sincero sorriso.

Mais um Eu!

E tem a Lolô, que me chama de Téti!
Olha aí minha Pirulita...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Somos milhares em um! Ou apenas: “Os meus Eus”!

Quem nunca teve um apelido na vida ou nunca criou um, deve ser lelé da cuca, não?
Eu, como diz a Julia, nasci Antoniela e virei Toty, ou Tó e até Totynha (esse eu amo, mas é porque a Pat e a Gi me chamam assim. No fundo, é engracado, afinal de “INHA” eu não tenho nada…).
Tô mais pra Totão, que é como o Rodrigo, a Van e a Patti Pahl me chamam.
Quando pequena eu era Tô. A Fu e a Fê Jabur falam Tô até hoje. Eu amo, amo!
Já o Tin me chama de Sirlas. A Pazita de Totysca. O Marcinho de Minha Diva, a Rê de Sgrila, que vem de Toty Sgrila. E o Che, de Xi. E vem de xixi mesmo, mas não vou explicar a razão. Não agora…
O Claytão me chama de Antonia, assim como o Zé Eduardo.
E o meu querido primo Marc de Poponer e Pópi Marota.
Tem a Fefet, que na faculdade me apelidou de Tonha Pironha. Graças a Deus o Pironha sumiu e restou o Tonha que a Bel e tantos outros cultivam até hoje. Daí, ela mudou pra Sussa, e hoje, ao me ligar ou me encontrar, solta uma graciosa cantiga inspirada nos Oompa-Loompas: “Sussa, Sussa, Sussa Dee-Doo! Sussa Dee-Doo. Sussa Dee-Doo”.
E para finalizar, tem a galera do teatro que me chama de Antô! Adoooro!
Quanta gente, não?

quarta-feira, outubro 04, 2006

Primeiro Episódio da série: Lembranças dos meu filmes favoritos

A primeira vez que eu vi “Cinema Paradiso”, voltei em pensamento pra Assis do início dos anos 80, quando a gente ia ao Cine Pedutti ver Indiana Jones, Amor Sem Fim e Os Trapalhões. Naquela época, os rolos de filme eram trocados e o cinema tinha intervalo: Momento propício para as paqueras e pra comprar bala Sete-Belo e Bandinha.
Lá na Princesinha da Sorocabana, assim como no Cinema Paradiso, a paltéia torcia, vibrava, batia palmas, jogada papel na tela, beijava no escurinho e até gritava pra ver se o amigo estava lá. Uma loucura com cheiro na memória.
E pensando bem, a cidade dos 3 “s” também lembra Fellini, me traz a Gradisca de Amarcord à mente. Lembro-me das Aldinhas, Marias e Silvias Zibordis, Bernas e Fafás na excêntrica família de Alina, que bem poderia ser Antonia.



Sou um tipo que…

…gosta de música ao vivo, roda de violão com fogueira, churrascão e karaokê!
Que ama ouvir conversa alheia e pira com o barulho de gente falando, sem precisar, necessariamente, participar da prosa.
Um tipo capaz de ficar horas na jogatina encarando uma Canastra Paraguaia, um Mau-Mau, um truco ou mesmo Buraco, só pelo nome dos jogos.
E de não ligar ao ser esculachada no Perfil, por acreditar que a terra do papai Noel é a Turquia (longa história essa…) .
Sou daquelas que se emocionam vendo os depoimentos de “Páginas da Vida”, das que choram no capítulo final de Dawsons’ Creek ou assistindo a uma cena de “Lanternas Vermelhas”, onde uma das personagens canta ópera no telhado.
Sou a mulher que vira menina ao lembrar da mãe cantando Clara Nunes todos os dias de manhã.
E é por essas e outras, que ninguém se assusta quando eu declaro meu amor ao Fábio Jr. C’est la vie…
“Senta aqui, Alma Gêmea e me conta o que é que está se passando com essa cabeça”.
Então, nada mais natural que ir ao show do gatão da terceira (ou quarta) idade.
Sexta chuvosa, friorenta, vestido a la Velma do Scooby-Doo com botona preta e batom vermelho pra arrematar, pois o novo corte do cabelo pedia algo rock’n’roll. Como sempre fui adepta à miscelâneas, pra mim estava ok. Isso até ver a cara das minhas amigas, também amantes do eterno Jorge Tadeu.
Começa o show e cada uma de nós tem a certeza da exclusividade daquele momento.
Mas a Felicidade acaba no camarim e no beijo na Ana Maria Braga. Guardo o show. De perto, todo mundo é igual!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Às vezes eu me sinto assim..



Totalmente entregue e sem me importar se o tempo passa ou não.

Incrível…

...definitivamente é uma palavra da moda.

Os top 10 do riso!

Das coisas mais deliciosas da vida, a risada tá no topo da lista.
Eu, por exemplo, adoro ouvir e dar gargalhadas. Daquelas que dóem a barriga, fazem a gente chorar, curvar o corpo, bater o pé no chão, perder o fôlego e até passar vergonha.
A Ana, por exemplo, faz você rir junto com ela, mesmo quando você está desanimada. A minha Sherazade balança um pouquinho o corpo pra trás, fica mole e com os olhos brilhando, ganhando a sua cumplicidade na hora. Sabe aquelas pessoas que vc não pode ficar perto quando uma merda acontece? Risada contagiante. Amo. Puxou a tia Laila, que tem uma das gargalhadas mais gostosas do universo.
Já a Fefet ri pra todo mundo ouvir. Com vontade, volúpia e verdade. Uma delícia. Risada que ecoa, guardada no coração. Ouço esse apito de lonnnnge! Mesmo quando ele vira choro. Quem já ouviu, sabe como é. Quem não conhece, deveria marcar uma hora! Imperdível!
A Cice traduz a palavra alegria ao mostrar o piano. Dá gosto contar uma palhaçada pra ela! Risada escrachada. Solta.
E a Tati? Essa parece uma criança, daquelas que não acreditam no quanto a história é engraçada. Gargalhada sem vergonha ou conceitos. Sincera.
Daí tem o cumpadi Tintin com as pernas bambas. A Fufi com seu olho pequeno e desacreditado. A Rê com a risada certeira, Patti, Picis, Ângela, Fê Cardoso, Zé Eduardo, Gica… Nossa! Tanta gente!
E pra finalizar o Che, que quando ri até sofre… E sempre põe a mão na barriga, como se tudo fosse cair. Quer ver esse menino dobrar de rir? Basta eu imitar a cantora de rádio a Sheila do Terça Insana. Passa qualquer mau-humor!
É. Esses meus amados me fazem rir só de lembrar!
Uma bênção.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Eu amo meu all star branco

Sabe por quê?
Poque ele é simples, confortável, ajustável e despretencioso, assim como a vida deve ser.

terça-feira, setembro 26, 2006

Dos cheiros e das frases prediletas

Todo mundo tem seus "odores-lembrança"
Então, seguindo a série cheiros e frases prediletas, continuo.
Dessa vez em homenagem a duas queridas amigas e às lembranças que elas me ajudaram a resgatar:

Cheiro de bolo assando e café passando.
Curau. Milho verde e garapa.
Bolinho de chuva.
Suco de caju e cajá.
E cheiro de você quando você já não está!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Retiro

Retiro tudo o que eu disse de ruim sobre as “bichogrilices” da vida.
Retiro todo o sarro que eu tirei nos supostos abraçadores-de-árvore-que-se-juntam-a-outros-abraçadores-num-sítio-qualquer-pelos-interiores-da-vida.
Tudo isso porque, sim… eu me retirei esse fim de semana. Fomos eu e Ana viver a Yoga 24 hs por dia, lá no Espaço ChanTao em Jundiaí.
Vá lá um dia. O visual é tudo de bom e vc ainda pode tomar banho numa piscina de pedra cheia de água mineral. E mais: fazer sua prática com vista para um lago genial e uma floresta exuberante. Ou ainda descansar num lindo ofurô ao ar livre.
E entre Krias (as purificações do corpo e da alma), oficinas de Asanas, histórias da Yoga, eu me aproximei de mim, encontrei o Santocha (o contentamento) e fiquei perto de pessoas muito especiais, como o nosso amigo Ari.
O Ari é tipo um Forest Gump Yogi cheio de boas histórias pra contar. Nos momentos em que descansávamos, entre um brócolis e outro, entre um arroz integral e saladas orgânicas retiradas da horta, ele nos alegrava com suas peripécias “incríveis e bárbaras”. Um dia conto algumas… Vale a pena ouvir!
Mas outro dia mesmo, porque esse post é em homenagem à Yoga, à minha entrega.
Shiva: sou sua!

sexta-feira, setembro 22, 2006

Palavras juntas

Tenho pensado bastante em algumas frases que fazem meu corpo tremer.
E que eu queria ter escrito.
Eis algumas:
“Tudo o que eu posso te dar é solidão com vista pro mar”.
“Eu faço versos como quem morre”.
“Quand je pense, je ne dors plus…”
“Os deuses são deuses
Porque não se pensam”.

Existem outras, mas agora o silêncio é a melhor delas.


quinta-feira, setembro 21, 2006

Eu confesso

Uma época eu usei piercing no nariz e a pergunta mais frequente que eu ouvia era: “Isso dói?” Incomoda?” Eu sempre respondia: “não… não…” E quando estava mais paciente, explicava que sou bastante resistente à dor, bla,bla,bla.
Mas o melhor do piercing não era TER o piercing, era tirar caca do nariz. Aliás, um dia desses a Patti Pahl me lembrou que quando eu fui furar a napa, minha maior preocupação não foi a dor, mas sim se dava pra enfiar o dedo no nariz. E dava. UFA!
Tá bom… sou meio escrotinha e adoro uma escatologia:
Soltar pum, por exemplo – é aliviante! Arrotar depois de um copo de coca light, imprescindível…
Então, graças à Ana, lanço a série, “Coisas que vc faz quando ninguém está olhando”. Vai até virar peça de teatro!
Começo agora:
Olhar pro cocô antes de dar descarga…
Cheirar o pé pra sentir o chulé…
Coçar o popozão…
Tirar calcinha quando está enfiada na bunda… (essa, a gente sempre faz na certeza de que ninguém está vendo, mas sempre um infeliz nos pega no pulo).
E tem até umas mais meigas, como chorar na frente do espelho.
Sim. A mente humana é um terreno perigoso.

Experimente um guarda-chuva




Eu nunca gostei de chuva. Exceto o começo dos temporais.
Mas outro dia eu me rendi... me apaixonei por um lindo guarda-chuva transparente de bordas amarelas. Ando com ele pra baixo e pra cima. Chiquérrimo! Um amor!

segunda-feira, setembro 11, 2006

Florbela D’Alma da Conceição Espanca

Um pouco de drama. Um pouco de mim. Um pedaço dela em mim...

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino, amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou

(Florbela Espanca)

E a vida nos mantém de mãos dadas

Um dia, uma amiga muito querida me mandou uma poesia. Willian Blake se não me engano. Era sobre o amor, se continuo a não me enganar…
Mas o que me chamou a atenção, não foi a poesia… Foi a assinatura do e-mail: “Beijos, meu chão”. Meu chão… Meu chão… um mantra…
Será que eu sou um porto tão seguro assim? Não. Mas naquela hora eu era.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Eu morro por...

Uma safra perfeita de coca-light e chiclete Trident azul Calminex!

terça-feira, setembro 05, 2006

O cheiro de uma vida

Cheiro de papel de carta,
álbum de figurinha,
boneca nova,
camiseta suada,
óleo dois tempos.
Batom.
Roupa de cama lavada.
E roupa em geral. Confort.
Bife fritando, frango assando,
Arroz, feijão, feijoada e pururuca. Comida no prato.
Flor de laranjeira. Doce de Leite… de abóbora… de cidra.
Jaboticaba, goiaba.
Cheiro de terra quando chove. Rio. Barro.
Fazenda. Grama. Estrume de vaca.
Dama da noite. Rosa. Palmas.
Perfume de velho. Sabonete Phebo.
Coxinha, coca-cola e guaraná no saquinho. Piscina. Neutrox.
Suco de Caju.
Melancia, Jaca.
Humm, cheiro de churrasco…
De lanche do Flipper.
Pão feito em casa com manteiga aviação.
Croquete de carne. Empadinha. Kibe Cru.
Cheiro de gelo seco do Porão.
Lança perfume.
Cerveja, limão-rosa.
Champagne e Peru de Natal.
Respiração. E sexo.
Cheiro de mimiógrafo, lancheira, refeitório.
Cheiro de livro novo, papel contact, caderno, caneta e borracha cheirosa.
Cheiro de ônibus, metrô, avião. E Paris!
Carro novo.
Tênis novo. Couro.
Chulé, cecê, bafo e pum!
Fralda de bebê. Quarto de bebê. Bebê!
Cheiro de cachorro molhado. E limpo.
Cabelo sujo.
E cheirinho de banho.
… assim vai…
Minha vida. Minhas memórias.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Lá em Assis

Quando eu era criança, minha mãe sempre dizia: “Olha lá! O Ipê está florido! Vamos aproveitar porque daqui a pouco as flores vão cair”.
E eu logo corria pra frente da minha casa e olhava pra Catedral (a Igreja que fica na Avenida Rui Barbosa, a mais famosa de Assis). Lá estavam eles. Lindos e enfileirados. Brancos como neve, embora o calor pedisse uma raspadinha de groselha.
Nunca mais os vi. Sempre estou aqui quando florescem.
Mas outro dia, indo almoçar numa pressa danada, me encostei numa árvore para amarrar o tênis.
Era um Ipê floridíssimo… Só não era branco!


Escorpião, escoteiro, essas coisas! Quê?

Friozinho, tédio, falta do que fazer. Sabadão.
Por que não um cineminha?
A resposta foi o filme mais doido que eu já vi nos últimos anos: “O Sabor da Melancia”.

Não sei descrevê-lo… Não sei se gostei… Ri bastante, é fato… Mas não entendi nada.
Seria um musical pornô kitsch?
Uma comédia gastronômica erótica?
Um experência sensorial?
NDA?

Pra não ficar com a interrogação na testa, encarei o desafio: Encontrar uma explicação para essa jaca nem que seja mais louca que o próprio filme.
E já que lá tudo funciona na base da simbologia, peguei um fio condutor que me levou a algo lógico. Será?
A falta de água, por exemplo. Na terra, a água é mãe e fonte de todas as coisas, está na origem da criação; ao contrário, a terra sem água, o deserto, é sinal de morte. Ela é fonte de vida e causa de morte; é criadora e destruidora, simultaneamente. Então, claramente os atores estavam mortos, sedentos por vida. Isso somado à falta de diálogo, então… “Teoricamente os mortos não têm porque falar, correto”?

E o único sopro de vida vem do imaginário… nos números musicais cafonas com direito a multidão de guarda-chuvas e dancinhas bizarras como nos clássicos da Metro.

Depois, o erotismo à flor da pele. Veja a tara pela melancia – o vermelho da fruta correndo e escorrendo como sangue. Vermelho… sangue… e sexo = Vida!

E mais: temos a personagem principal deflorando o pufe, pondo o caranguejo pra dentro da panela. Molhando o lamen, destrancando a mala compulsivamente… Haja Metáfora. Sexual, é claro.

Falando em sexo, a vida vem de onde, hein???

Bom, pode ser que não seja nada disso ou tudo isso e muito mais.
Vá lá ver e depois a gente conversa.





sexta-feira, setembro 01, 2006

Manda internar.

E tenho duas grandes manias:
A primeira delas é contar degraus. Eu moro no primeiro andar, então subo esse lance pela escada, é claro. Lá tem 17 degraus.
Mas toda vez que chego no décimo terceiro... DEGRAU, tenho a certeza de que a conta vai dar menos que 17. É lógico que não dá!!!
A segunda é sobre o rádio do carro. Tenho a compulsão de trocar de estação a todo momento. Se estiver sozinha, então... nem se fala


Eu fui tocada… por dois! Que venham mais.





Fico pasma quando alguém, em sua descabida despretensão, consegue captar a vida.
Das ruas de uma São Paulo enfurecida para o mundo: Tinta, spray, cores, formatos e duas mentes transpirando arte.
Sim… falo dos Gêmeos do Grafite, com toda minha admiração e respeito.
Era uma sexta-feira de sol, momento tranquilo no trabalho. Hora do almoço.
Por que não? Pegamos a Marginal rumo à Vila Madalena.
Destino: Galeria Fortes Vilaça.
Motivo: a exposição que mudou a minha vida.
No ambiente, o clima perfeito, que traduzo em duas palavras:. Aconchego e pulsação.
Então, ao descer as escadas… POF – O SUSTO.
Por instantes eu fui aquele barqueiro singelo, gigante e colorido. Eu tive aquele cabeção quadrado. Eu fui cada lantejoula pregada e transformada em imagem. Tive caras e bocas num espelho que só eu podia ver.
Fui pequena e grande. Forte e fraca. Medéia e Poliana. Tudo ao mesmo tempo.
Estava completa. Chorei.

quinta-feira, agosto 31, 2006

Quero ficar no seu corpo...


Entrem no site: http://geocities.yahoo.com.br/fmspin

Momento poesia barata: A minha, eh claro!

Tatuagem. Não na testa, nas costas.
Tatuagem no tempo indeterminada.
É constante, vital, peut’être descontrolada.
Tatuagem não tem nos intolerantes.
É fato estonteante pra quem gosta de assuntos picantes
Paciente, não de doente.
formatada pelo semblante.

Não importa o gosto.
Não importa o fato.
Importa no meu corpo. E ponto.

Para lembrar das aulas do Gilson...

O Dia “D”

A saudade que dói
O desespero que destrói…
As delícias que se derramam doces
Delírios… Desencontros.
A doença que dá.. está.
A desculpa dos que endoidecem…
E adormecem em devaneios adocicados.
Audácia dos descamisados.
Desprovidos de doideiras - Idolatrados.
Desconhecidos do destino d’outrém..
Sabedouros dos seus ditongos. – destemidos, benditos, escondidos.
Decentemente descontente por ainda não SER.

La Plongee... O mergulho!

No francês, nada mais feminino que o mergulho: La Plongée!

"Je t’aime
mais je ne te connais pas.
J’arrive
mais je ne sais si tu viendras
un jour dans mes bras.
...
Tu es un film
mais dans le cinéma
il n’y a que moi-spectateur.
Tu es La plongée
dès que je suis né
mais entre les pas et les nes
je t’atteins
Jamais".

quarta-feira, agosto 30, 2006

De Satyros todo mundo tem um pouco.

Outro dia, estudando e pesquisando os mitos, particularmente os gregos, cheguei aos rituais. Aqueles que eram feitos para a purificação da alma.
Abre parêntese: (Na mitologia, cada deus grego era criado para que pudéssemos entender o universo, seus fenômenos e… nós, seres humanos. “Estude os mitos e entenda a si mesmo”, já diria Joseph Campbell). Fecha parêntese.
Voltamos ao ritualístico… Chego ao teatro grego de Sófocles, Eurípedes e outros tantos. Um teatro que recriava as histórias mitológicas, dava vida e voz aos deuses, heróis e semi-deuses, transformando cada Dionisíaca num ato religioso, ligado ao sagrado.
Uma prova simples dessa devoção e respeito? Assistir aos espetáculos de branco era obrigatório.
Hoje, perdemos o rito. Exaltamos a busca da purificação, da transcendência, da unificação a tudo e todos através das sensações.
E, talvez por isso, Sade me venha à mente.
Além do Marquês ter me feito perder noites de sono envolta com seus escritos, penso que ele, mais que todos os escritores / poetas, etc que eu conheço, soube enaltecer os prazeres da carne de forma ritualística. O que vale é o momento. Ele pode te levar ao todo.
Como eu pretendo me integrar com o Universo, não vejo mal algum em reservar uma madrugada de sábado para me embriagar com as amigas lá na praça Roosevelt, vendo o meu Marquês encenado por Satyros libertinos sodomitas.

A sodomia traz de um tudo, ateh declaraçoes de amor...

A Babát mandou, resolvi deixar guardado para a posteridade...

"Escolhi meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela
pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.  
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.  
Fico com aqueles que fazem de mim um louco e santo.
Deles não quero respostas, quero meu avesso.
Quero-os santos, para que não duvidem dos diferentes e peçam perdão pelas
injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.  
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.  
Quero-os metade infância e outra metade velhice.  
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão estéril."
 
Oscar Wilde

terça-feira, agosto 29, 2006

segunda-feira, agosto 28, 2006

O horizonte me distrai...

Sabe quando você se pega olhando as árvores, contempalndo o sol e se divertindo lendo o blogg de uma de suas melhores amigas?
Então... assim surgiu a afirmação: O Horizonte me distrai. Sim, ele me leva a lugares que nunca imaginei. E mais importante: me leva a mim mesma!