sexta-feira, janeiro 21, 2011

Do uso à exaustão

Orgânico é a palavra (conceito / escolha, ou o caralho a quatro), banalizada da vez.
Tudo, absolutamente tudo, leva o adjetivo "orgâââânico", como se a palavra tivesse um selo de qualidade, um ISO qualquer número.
Nos restaurantes, não bastam mais as folhas e legumes orgânicos... Chegaram as ervas orgânicas, o sorvete de baunilha orgânico, o frango orgânico, a carne orgânica, o arroz orgânico. Tudo repetido assim mesmo, pra ninguém esquecer.
E não é só na gastronomia que o ORGÂNICO trabalha (e duro, coitado): no teatro, cinema e tv, por exemplo, a interpretação tem de ser orgânica pra ser real. Isso não é diferente na música, nas artes plásticas, etc, etc...
Agora pense nos relacionamentos? Até isso tem de levar o peso qualitativo do orgânico.
Mas o cúmulo é falar que o corte de cabelo agora também é orgânico e a tinta italiana que o fulano passou pra tirar os brancos da cabeça da sicrana, também é orgânica.

Nada contra o orgânico. Mas, poxa... O orgânico virou o novo tomate seco.

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