Ontem, na aula de interpretação, a professora perguntou o nosso propósito ao fazer teatro.
Eu não soube responder.
Porque, pra mim, é o teatro quem tem um propósito na minha vida e não o contrário. Ele faz com que eu me olhe lá no fundo. Mesmo quando não quero.
Ver o que é bonito e edificante conceitualmente, é fácil, não dói.
Mas e quando a figura que aparece é monstruosa e cruel? É preciso ter estômago pra mergulhar no espelho de si mesma.
Só sei que: para colocar uma máscara, é preciso tirar todas as outras. É preciso despir-se de tudo. Levar à praça o que vc se julga ser, para de fato tornar-se.
É isso: eu faço teatro porque através dele eu SOU. Ou posso SER.
terça-feira, março 06, 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
E você é!
Além de ter me identificado totalmente (sou antropologo por que é o que sou e nao por alguma razão prática), tou numa cruzada há muito tempo contra estes pensamentos utilitários, tá cheio de gente explicando as coisas pelos seus usos...Minha filha Teresa (11 anos) tem uma professora parecida com a tua; Teresa me contou hj q a tal ensinou q todos os animais tem um uso; ela entao me perguntou pra que servem as moscas. Pensando assim a gente reduz a natureza de tudo...
Além de ter me dentifiquei
Postar um comentário